1.32 “A Passage for Trumpet” (Abram Alas para o Trompete)

Posted: 28.2.11 | Postado por Unknown | Marcadores: , , , , ,
Written by: Rod Serling
Directed by: Don Medford

Com uma abertura livremente adaptado de The Lost Weekend de Billy Wilder, com o diálogo poético gritante - apenas com um tocador de trompete em vez de um escritor - A Passage for Trumpet tem Jack Klugman, o melhor ator que já trabalhou na série - e iria atuar quatro vezes - interpretando um tocador de trompete e um bêbado, um ’perdedor urbano’ como Marc Scott Zicree o chamava, um arquétipo que Klugman acabaria retornando num outro episódio. (Vide, A Game of Pool.) Lindamente escrito e executado, é talvez o melhor episódio da primeira temporada até agora.  Sem uma narrativa nada mais do que sobrenatural ou cientifica do que It’s A Wonderful Life, sua história sobre o valor da vida pode não ser tão eficiente e devastadora como o clássico de Capra, mas para meia-hora na TV chega o mais próximo do objetivo que devia. Realmente, o maior erro do episódio é ser muito curto para o que pretende; George Clemens, responsável pelo tom artístico noir, disse que enquanto filmavam tentavam convencer os produtores de transformar o episodio em uma hora, sem sucesso. Mesmo assim, é uma obra-prima.

Klugman não consegue um emprego porque está sempre bêbado e escorregando nas notas com a suas linhas inebriadas e atonais. Porque ele jogou sua vida fora por ‘um broto ruim?’, um colega lhe pergunta. ‘Porque estou triste,’ Klugman diz isso num sorriso afetado, numa das frases mais bem ditas que já ouvi. Penhorando o trompete e se detestando, Klugman resolve se jogar em frente de um caminhão. Ele acorda horas mais tarde, como um bêbado ordinário, como um homem invisível, acreditando ser um fantasma e notando que o suicídio foi o único sucesso que teve em anos. Na realidade, ele está preso em um limbo entre o real e o sombrio; ele vai para o beco atrás do antigo clube de jazz para entrar no ritmo quando ele ouve um blues saindo de metal tocando próximo. Ao inspecionar, o instrumentista é o Arcanjo Gabriel, que se intitula “Gabe” e que ele sabe alguma coisa sobre trompetes; normalmente, ouvir Gabriel tocar seu trompete não é um bom sinal, mas ele não está aqui para começar o Apocalipse, apenas para ajudar Klugman para se lembrar dos grandes aspectos da vida, e dar á ele a chance de viver novamente, com um aviso para não deixar seu talento se perder. “Até que a Morte os separe!”
Klugman entusiasmado responde. A seqüência inteira é sólida e linear, ele percebe todas as maravilhas que a vida tem para oferecer - filmes, amigos linda música - é até bem rápido pra alguém que cinco minutos atrás estava convicto em morrer. Assumir isso e a narrativa é pouco inspirante e parada, parece mesmo que merecia sessenta minutos.

Mas Abram alas para o Trompete varre o resultado e balanceia com uma linda e simples cena está no topo de um prédio tocando seu blues e acaba conhecendo uma garota que é nova na cidade. Acalentador sem ser cafona, Abram alas para o trompete tem uma mensagem até para aqueles que não estão tão distantes de se jogar na frente de um carro; como Serling nota na narração final, “[vida] pode ser rica e recompensadora e cheia de beleza... Se uma pessoa apenas parar e escutar.” É um sentimento difícil, em filme, de ser convincente, mas ‘Abram alas’ consegue, graças á grande parte ao talento e interpretação cheia de nuances de Klugman. Enquanto Klugman vagueia no limbo, Gabriel diz que quem não o vê, são os fantasmas, os mortos-vivos, sugerindo que, salvo alguns, a maioria de nos estão cegos na nossa miséria complacente, incapaz de reconhecer a beleza á nossa volta. Abram alas para o trompete nos encoraja a parar, cheirar as rosas e viver um pouco; então toque alguma musica, se apaixone. A vida pode ser assim, se você parar e reparar.

.curiosidades: No limbo, Joey não deveria ter reflexos. Mas se vê duas vezes, um no espelho e outro numa jukebox em que ele se encosta.

. Jon Stewart

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